As novas Diretrizes de Kyoto 2024, elaboradas a partir do 26º encontro da International Association of Pancreatology, revisam e refinam os critérios de risco e vigilância dos IPMNs (neoplasias papilares mucinosas intraductais) com base em evidências recentes.
Principais Novidades:
Novos critérios de alto risco (HR):
Nódulo mural ≥ 5 mm
MPD ≥ 10 mm
Massa associada
Citologia suspeita/positiva
Icterícia obstrutiva
Novas características preocupantes (WF):
DM novo ou agravado
Crescimento ≥ 2,5 mm/ano
Parede espessada ou realçada
Atrofia pancreática distal
Linfadenopatia
Elevação de CA19-9
Vigilância ajustada ao risco e idade:
Cistos < 2 cm estáveis por 5 anos podem ter o seguimento suspenso
Cistos > 3 cm ou com WF/HR requerem seguimento intensivo (MRI ou CE-EUS a cada 6–12 meses)
Pacientes sem indicação cirúrgica ou com expectativa de vida < 10 anos não devem manter vigilância contínua
Enfoque prático e individualizado: as diretrizes incorporam o conceito de adequação cirúrgica e preferências do paciente, propondo uma vigilância mais racional.
Avanços tecnológicos integrados:
Destaque para o uso de EUS-nCLE, CE-EUS, microbiópsia com pinça (MFB) e marcadores genéticos e moleculares (TP53, GNAS, VHL).
Aplicações emergentes de inteligência artificial e radiômica na estratificação de risco e decisão terapêutica.
Conclusão: As diretrizes de Kyoto 2024 representam um avanço ao incorporar precisão diagnóstica, avaliação individualizada e inovações tecnológicas. Ainda assim, novos estudos prospectivos são necessários para validar sua eficácia na prática clínica e otimizar o custo-benefício do rastreamento.