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IPMNs do Ducto Secundário: Cirurgia ou Vigilância? O Que Diz a Evidência?

 IPMNs do Ducto Secundário: Cirurgia ou Vigilância? O Que Diz a Evidência?

Os neoplasmas mucinosos papilares intraductais do pâncreas (IPMNs) são cada vez mais detectados incidentalmente, levantando a dúvida: observar ou operar?

Novo estudo publicado na Annals of Surgery (2024) acompanhou 1000 pacientes com IPMNs do ramo lateral (SB-IPMNs) por um período médio de 6,6 anos para entender a progressão dessas lesões e definir melhor o momento da intervenção cirúrgica.

Resultados Relevantes

A maioria dos SB-IPMNs não progride para câncer
A taxa de câncer invasivo foi de apenas 1,7%
Cistos ≥3 cm não foram associados a maior risco de malignidade
Pacientes com progressão relevante tiveram melhora da sobrevida com cirurgia, mas cirurgia precoce em todos os casos não trouxe benefícios

Quando Indicar Cirurgia?

Critérios de Progressão Clinicamente Relevante (CR-progression):
Crescimento rápido (>5 mm em 2 anos)
Envolvimento do ducto pancreático principal (>1 cm)
Desenvolvimento de sintomas (icterícia, pancreatite)
Presença de nódulos murais realçados

Estratégia de Vigilância

Monitoramento por imagem é seguro e eficaz: Cistos <1 cm → RM a cada 2 anos;  Cistos >1 cm → RM anual por pelo menos 10 anos

Conclusão: A ressecção imediata não deve ser indicada apenas com base no tamanho do cisto. A vigilância estruturada permite detectar os casos que realmente evoluem para câncer e evitar cirurgias desnecessárias em pacientes de baixo risco.

O estudo reforça a importância de um seguimento rigoroso e individualizado para otimizar a tomada de decisão e evitar overtreatment.

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